Fui reprovado na avaliação psicológica da polícia, e agora?
O cargo na polícia é o sonho de muitas pessoas que se dedicam durante anos para serem aprovados nas avaliações teóricas e exames físicos.
No entanto, alguns são afastados desse objetivo justamente por não conseguir aprovação na única etapa em que não é possível se preparar completamente: a avaliação psicológica.
Se esse é o seu caso, saiba que nem tudo está perdido: você ainda pode recorrer da decisão e conseguir sua vaga.
Continue lendo para descobrir o que fazer caso seja reprovado na avaliação psicológica da polícia!
1. Como funciona a avaliação psicológica da polícia?
A avaliação psicológica durante o concurso da polícia é fundamental para garantir que todos os candidatos aprovados tenham a plena capacidade psíquica para exercer suas funções — garantindo a segurança da população.
Devido a sua importância, inúmeros candidatos têm receio dessa etapa e buscam pelo máximo possível de informações.
O primeiro passo é descobrir como funciona a avaliação psicológica da polícia.
Mesmo não sendo possível estudar ou se preparar para essa prova, saber como o processo é realizado ajuda a diminuir a ansiedade e estresse durante a aplicação dos testes.
A avaliação psicológica é dividida em duas etapas — coletiva e individual — nas quais o candidato é submetido a uma sequência de testes.
Inclusive, para que um candidato seja reprovado na avaliação psicológica da polícia, é necessário que o traço psicológico contraindicado ao exercício das suas funções seja confirmado por todos os testes realizados.
Por esse motivo, o responsável pela avaliação deverá realizar mais de um exame e aplicar uma análise conjunta de todos os resultados.
Conheça abaixo quais são os testes mais utilizados durante essa etapa:
Anamnese para mensurar a personalidade dos candidatos
A anamnese nada mais é do que uma entrevista, realizada pelo psicólogo, a qual visa compreender o desenvolvimento do candidato nas seguintes esferas:
- Motora;
- Afetiva;
- Social;
- Cognitiva.
Através dessas informações, o profissional será capaz de mensurar a personalidade dos candidatos e extrair seus traços mais marcantes.
Esse teste é realizado durante a etapa individual, visto que o psicólogo pode questionar informações pessoais do candidato — como histórico familiar, infância, experiências, relacionamentos…
PMK
O Psicodiagnóstico Miocinético (PMK) é um dos testes aplicados durante a avaliação psicológica da polícia, que consiste na aferição da personalidade através de traços e desenhos feitos pelo candidato.
Esse é um teste popular nas avaliação psicológicas — utilizado durante o psicoteste do DETRAN, por exemplo — e consegue determinar, principalmente, os seguintes aspectos:
- Impulsividade;
- Depressão;
- Elação;
- Ansiedade;
- Agressividade.
IFP II
O Inventário Fatorial de Personalidade é um instrumento de avaliação de personalidade com base na Teoria das Necessidades Psicogênicas de Murray, em que o psicólogo utiliza as 13 necessidades psicológicas da tese para traçar o perfil da personalidade do indivíduo.
Os fatores avaliados durante a aplicação desse teste são:
- Assistência;
- Intracepção;
- Afago;
- Autonomia;
- Afiliação;
- Deferência;
- Dominância;
- Desempenho;
- Exibição;
- Agressão;
- Ordem;
- Persistência;
- Mudança.
Beta III
O Beta III é um teste não verbal que avalia a inteligência geral, mais especificamente a capacidade de solucionar problemas novos, relacionar ideias, induzir conceitos abstratos e compreender as implicações, bem como avaliar a velocidade de processamento.
2. Motivos para ser reprovado na avaliação psicológica da polícia
Para ser reprovado na avaliação psicológica da polícia, é preciso que o candidato apresente, em todos os testes realizados, traços de personalidade incompatíveis com o cargo na polícia.
São eles:
- Descontrole emocional;
- Descontrole da agressividade;
- Descontrole da impulsividade;
- Alterações acentuadas da afetividade;
- Oposicionismo a normas sociais e a figuras de autoridade;
- Dificuldade acentuada para estabelecer contato interpessoal;
- Funcionamento intelectual abaixo da média, associado a prejuízos no
- comportamento adaptativo e desempenho deficitário de acordo com sua idade e
- grupamento social;
- Distúrbio acentuado da energia vital de forma a comprometer a capacidade para a
- ação com depressão ou elação acentuadas;
- Instabilidade de conduta (com indicadores de conflito intrapsíquico que possa
- refletir um comportamento inconstante e imprevisível);
- Quadros de excitabilidade elevada ou de ansiedade generalizada;
- Inibição acentuada com indicadores de coartação e bloqueio na ação;
- Tremor persistente no(s) teste(s) gráfico(s).
3. O que fazer ao ser reprovado na avaliação psicológica da polícia?
Os candidatos reprovados na avaliação psicológica da polícia podem recorrer da decisão dos psicólogos através de dois meios: o recurso administrativo e o processo judicial.
Veja abaixo como funcionam essas opções e quando você deve utilizá-las.
Recurso Administrativo
O primeiro passo é procurar um advogado especialista em concurso público, assim como outros psicólogos.
Esses profissionais serão sua equipe técnica contra o responsável pela avaliação psicológica, demonstrando que o resultado levantado não condiz com a realidade.
Em seguida, o seu advogado iniciará um processo administrativo na polícia responsável pelo concurso, o qual é dividido em duas etapas. São elas:
Entrevista de devolução
Nesta primeira fase, o candidato deve comparecer à polícia acompanhado do seu psicólogo — ou enviar o profissional representando-o com uma procuração devidamente assinada e autenticada.
Durante a entrevista de devolução, o psicólogo contratado pelo candidato reprovado na avaliação psicológica da polícia vai analisar os testes, em busca de contradições e erros.
Fundamentação do recurso
O próximo passo do recurso administrativo consiste na produção de razões recursais técnicas, feitas pelo psicólogo com base na análise dos testes.
A peça textual produzida deve ser revisada pelo advogado, que será capaz de enquadrar o documento às normas exigidas pelo edital.
Processo na Justiça
Caso o recurso administrativo não consiga reverter o resultado, o candidato reprovado na avaliação psicológica da polícia ainda pode recorrer ao processo judicial.
Através desta via, é possível solicitar essas medidas:
Possibilidade de liminar
Nesse caso, o candidato retorna ao concurso de forma provisória, enquanto aguarda o andamento do processo judicial.
Essa medida é fundamental para quem foi reprovado na avaliação psicológica da polícia e ainda restavam outras etapas a serem cumpridas.
Possibilidade de reserva da vaga
Outra medida que pode ser acionada é a reserva de uma das vagas para o candidato reprovado na avaliação psicológica da polícia, em seu grupo de participação.
Importante destacar que a reserva de vaga não significa prejuízo nem para polícia, nem para outros candidatos.
Afinal, caso a pessoa que iniciou o processo não consiga reverter seu resultado da avaliação psicológica, essa vaga ficará disponível novamente — para quem está na lista de espera, por exemplo.
Nova reavaliação dos testes por perito imparcial
Por fim, o advogado pode pedir que o juiz chame um perito imparcial para reavaliar o candidato, que ficará responsável por definir qual resultado é verdadeiro: o do psicólogo da avaliação psicológica ou o produzido pelo profissional contratado pelo candidato.
Conclusão
Caso você seja reprovado na avaliação psicológica da polícia, não se desespere!
Ao invés disso, conte com advogados especializados e experientes, que serão capazes de direcionar corretamente o recurso administrativo ou processo judicial — garantindo a você a desejada vaga na polícia.
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